Ainda hoje, Maquiavel passeia pelos meus pensamentos... ainda estou pensativa, meio cabisbaixa, porém, não é tristeza: é apenas uma semana reflexiva. A maldade humana têm me assustado e tem feito eu parar pra pensar e repensar sobre caráter, injustiças, mentiras, falsidade, sofrimento, e porquê não, também em relacionamentos?! Ontem, ao fim da tarde, larguei tudo o que estava fszendo e fui ao cinema (sozinha!). Desde a estréia, estava doida pra assistir "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", de José Saramago, dirigido pelo brazuca Fernando Meirelles. Não só pelo fato de ele ser um brasileiro que tá vencendo nas terras do Tio Sam (e merecidamente, acho o cara competente, e para os que não concordam, não dá pra negar que o cara é, no mínimo, esforçado), mas pela repercussão que esse filme tá tendo, sendo bem visto pela crítica. Comprei o livro meses antes, na esperança de entrar no cinema com cara de quem já sabe o final, mas fiquei com medo de me decepcionar novamente, como aconteceu com o Código DaVincci (eca!), e deixei minha irmã lê-lo primeiro. Foi ótimo, porque adorei o filme, agora, se vou achar o livro melhor ou pior, já não tem tanta importância pois não traçarei comparações...
Bem, "Ensaio sobre a Cegueira" trata-se de uma fábula assustadora! Não tem como não se impressionar com os horrores do enredo, mas saquei o lance do velho Saramago: o que ele quer mesmo é causar impacto e pôr o cara pra refletir, e adoro filmes assim! A gente sai do cinema achando que tem conteúdo, e que dali pra frente, vai seguir à risca a lição aprendida. A intenção do velhinho, sua insistência no hediondo, humor negro e ironia são gritantes.
Num dia qualquer, numa cidade qualquer, um homem começa a gritar de dentro do carro: "Estou cego". De repente, sem aviso, só vê uma névoa branca, ao contrário da cegueira conhecida. É o primeiro cego. Levam-no ao médico (Mark Ruffalo tá um charme de cabelos grisalhos!). Este o examina, não tem explicação para o fenômeno. Logo depois, fica cego também. O "mal branco" se alastra pela população. O governo toma providências drásticas: confina os cegos num hospício desativado. Soldados depositam diariamente, na entrada do hospício, caixas com alimento; com medo do contágio, não aproximam deles e fuzilam os que se arriscam a sair da quarentena. Lá dentro, vivem num verdadeiro inferno. Confinados, cegos, indefesos. Dejetos se espalham pelo chão. A população aumenta a cada dia. Forma-se uma quadrilha de cegos liderada pelo gost.. ops, quer dizer, por Gael Garcia Bernal, que se auto-nomeia "Rei" de uma ala e, com paus e barras de ferro, obtém o controle dos alimentos, dos objetos de valor, das mulheres (nessa hora meu sangue feminino ferve, dá uma náusea tremenda pensar em se vender pra não morrer de fome - REVOLTANTE!). Estupros, assassinatos, fedores (de tudo!), fome, cegos contra cegos. Uma mulher, entretanto, não perdera a visão (Julianne Moore, que dá um show!). Fingira-se de cega para acompanhar o marido na quarentena. A ela, fora dada a "missão"de preservar um mínimo de organização e de valores humanos em meio à cegueira total. Além de fazer o cara refletir, Saramago o esmaga com fatos horríveis que giram em torno da cegueira/barbárie/condição humana. Não é preciso ser muito inteligente pra chegar à conclusão de que os cegos representam a nós mesmos num mundo brutalizado e injusto (olha ai o Maquiavel me batendo no ombro novamente: é o Homem mau querendo se apoderar de tudo e de todos, comandando pela maldade que mora dentro dele... mas só eu mesma pra misturar Maquiavel com Saramago! rsrs): na verdade, é a grande responsabilidade dos que têm olhos quando os outros deixam de enxergar valores, ética, moral e decência. Além de Mark Ruffalo, Julianne Moore e Gael, ainda reforçam o elenco Dany Glover e Alice Braga.
Uma dica: ASSISTA - sua visão do mundo jamais será a mesma!
Acesse o site do filme.
Bem, "Ensaio sobre a Cegueira" trata-se de uma fábula assustadora! Não tem como não se impressionar com os horrores do enredo, mas saquei o lance do velho Saramago: o que ele quer mesmo é causar impacto e pôr o cara pra refletir, e adoro filmes assim! A gente sai do cinema achando que tem conteúdo, e que dali pra frente, vai seguir à risca a lição aprendida. A intenção do velhinho, sua insistência no hediondo, humor negro e ironia são gritantes.
Num dia qualquer, numa cidade qualquer, um homem começa a gritar de dentro do carro: "Estou cego". De repente, sem aviso, só vê uma névoa branca, ao contrário da cegueira conhecida. É o primeiro cego. Levam-no ao médico (Mark Ruffalo tá um charme de cabelos grisalhos!). Este o examina, não tem explicação para o fenômeno. Logo depois, fica cego também. O "mal branco" se alastra pela população. O governo toma providências drásticas: confina os cegos num hospício desativado. Soldados depositam diariamente, na entrada do hospício, caixas com alimento; com medo do contágio, não aproximam deles e fuzilam os que se arriscam a sair da quarentena. Lá dentro, vivem num verdadeiro inferno. Confinados, cegos, indefesos. Dejetos se espalham pelo chão. A população aumenta a cada dia. Forma-se uma quadrilha de cegos liderada pelo gost.. ops, quer dizer, por Gael Garcia Bernal, que se auto-nomeia "Rei" de uma ala e, com paus e barras de ferro, obtém o controle dos alimentos, dos objetos de valor, das mulheres (nessa hora meu sangue feminino ferve, dá uma náusea tremenda pensar em se vender pra não morrer de fome - REVOLTANTE!). Estupros, assassinatos, fedores (de tudo!), fome, cegos contra cegos. Uma mulher, entretanto, não perdera a visão (Julianne Moore, que dá um show!). Fingira-se de cega para acompanhar o marido na quarentena. A ela, fora dada a "missão"de preservar um mínimo de organização e de valores humanos em meio à cegueira total. Além de fazer o cara refletir, Saramago o esmaga com fatos horríveis que giram em torno da cegueira/barbárie/condição humana. Não é preciso ser muito inteligente pra chegar à conclusão de que os cegos representam a nós mesmos num mundo brutalizado e injusto (olha ai o Maquiavel me batendo no ombro novamente: é o Homem mau querendo se apoderar de tudo e de todos, comandando pela maldade que mora dentro dele... mas só eu mesma pra misturar Maquiavel com Saramago! rsrs): na verdade, é a grande responsabilidade dos que têm olhos quando os outros deixam de enxergar valores, ética, moral e decência. Além de Mark Ruffalo, Julianne Moore e Gael, ainda reforçam o elenco Dany Glover e Alice Braga.
Uma dica: ASSISTA - sua visão do mundo jamais será a mesma!
Acesse o site do filme.
Nota: 8,5 (é impactante)
Um comentário:
Então.. posso mandar essa resenha pro Golobo né?
Ah não esquece de fazer a matéria sobre o "O mistério do samba" rsrsrsr.
Beijo! ;)
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