quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O SOL DA MINHA YELDA


Hoje na net, me deparei novamente com um termo que havia lido no livro "O Caçador de Pipas" - YELDA. Já o li faz um tempo, depois vi o filme e adorei. Mas não vou comentar sobre um nem outro, permitam-me apenas citar um trecho que me chamou atenção.

Amir, o protagonista, apaixona-se por Soraya. Encontrava-se com ela uma vez por semana, na feirinha onde ambos trabalhavam. Quando esse dia terminava, Amir contava os minutos para que os outros sete dias passassem o mais rápido possível e ele pudesse tornar a vê-la.

Ficava deitado na cama, olhando pela janela o céu estrelado e esperando cada noite passar para ver Soraya de novo. Foi aí que li, pela primeira vez, sobre a YELDA. Pelo que entendi, para os afegãos, yelda é a primeira noite do inverno, a mais longa do ano, em que o céu fica sem estrelas. É a noite que os apaixonados sofrem, ficam acordados, suportando a escuridão interminável e esperando que o nascer do sol traga consigo a pessoa amada.

Assim, fico pensando sobre as yeldas da nossa vida. Da minha vida, da vida das pessoas que amo – e das que não amo também. A gente está quase sempre vivendo a noite de yelda, seja naquele que espera (mesmo adotando o discurso “eu me basto”) o grande amor da sua vida, ou de quem aguarda passar naquela prova que vai lhe render o emprego almejado desde o início da faculdade, de quem espera o beijo de boa noite, de quem aguarda durante a semana inteira o telefonema que só vai ocorrer na sexta, de quem recebe o exame de suspeita de alguma doença ou de gravidez.

As yeldas, definitivamente fazem parte da nossa vida. São inerentes, só precisamos administrá-las da maneira menos angustiante possível, pois ansiedade não faz bem ao nosso corpo nem à alma... imagina a pessoa mais ansiosa do mundo dizendo uma coisa dessas? Pois é... é o mesmo que um alcoólatra assumir perante todos a sua doença.

De todas as yeldas, talvez, HOJE, a que eu mais deseje é ouvir, de maneira sincera, romântica e recíproca “você é o sol que espero depois da minha yelda”. Quem não espera por isso?

Dedico esse texto à Mario Patruni

Um comentário:

Marinho disse...

Por pior que seja essas esperas, vamos tentar colocar mais estrelas nessa noite de inverno sem estrelas! Lembrar que mais do que ficar esperando, é correr a luta,e mais do que correr a luta é nunca, mas nunca parar de acreditar, é saber bem certo o que você espera, pra quando chegar você olhar nos olhos e ter certeza, você olhar nos olhos e esse sol que finalmente chegou, cegue voce completamente, esquente vc de tal forma que toda e qualquer Yelda que possa vir, será com muitas estrelas, e não mais uma noite de inverno!!! um grande beijo no seu coração !! e nunca parem de acreditar no sol, pois ele esta sim ao nosso alcance !